sexta-feira, 5 de março de 2010

“Bancos estão com
excesso de liquidez”
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Além de o compulsório ter subido, há outro motivo importante, na opinião de Guido Mantega, para os juros não subirem.
“Os bancos estão com excesso de liquidez”, afirma Mantega.
A maior prova disso é que, hoje, os bancos estão com uma sobra de caixa de R$ 500 bilhões aplicada no Banco Central.

São as “compromissadas”, no jargão do BC. São, na verdade, papéis do próprio Banco Central lastreados em títulos do Tesouro com rendimentos atrelados à Selic (a taxa básica de juros da economia).
É uma montanha de dinheiro que corresponde a quase um terço do total do crédito no Brasil, hoje na faixa de R$ 1,4 trilhão – R$ 957 bilhões em crédito livre e R$ 465 bilhões em crédito direcionado.
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“Bancos privados deixaram
as empresas sem oxigênio”
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Guido Mantega não deixa de criticar a atuação dos bancos privados durante a crise.
Ele acha inclusive que parte do aumento da inadimplência durante a crise se deve à política restritiva adotada pelos bancos privados.
Dois fatores explicam o aumento da inadimplência na crise.
Em primeiro lugar, a própria crise, com o encolhimento da renda na economia.
Mas quando os bancos restringem o crédito e sobem os juros, como fizeram na crise, isso faz com que as empresas e as pessoas tenham ainda mais dificuldade em pagar suas dívidas.
“Os bancos decidiram dar um tranco na economia quando estourou a crise”, diz Mantega. “Os bancos simplesmente não deram oxigênio às empresas para elas atravessarem esse período difícil”.
As pequenas empresas sofreram menos, mas também as grandes sofreram com o aumento do spread (a diferença entre quanto os bancos pagam e recebem).
Para Mantega, uma parte do aumento da inadimplência se deve a essa ação dos bancos.
“Todas as empresas do mundo dependem do crédito para sobreviver”.

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