quarta-feira, 3 de março de 2010

Para Dilma, crise mostrou papel dos
bancos públicos no sistema financeiro

Ministra comparou, mais uma vez, as medidas
anticíclicas adotadas nos governos Lula e FHC
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SÃO PAULO - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem, terça-feira, 2, a expansão do crédito pelos bancos públicos no combate à crise e, mais uma vez, comparou as medidas anticíclicas adotadas nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
"A crise mostrou a importância dos bancos públicos para o sistema financeiro nacional", disse à tarde, em São Paulo, para uma plateia de administradores do Banco do Brasil, empresários e políticos.
Sem improvisar e seguindo o roteiro de um discurso preparado, a ministra e pré-candidata à Presidência da República fez um histórico comparativo entre as crises dos anos 1990 e 2000. Para ela, os bancos públicos tiveram papel central na recuperação econômica após os meses mais agudos da crise.
"Nos anos 1990, as palavras banco e crédito tornaram-se sinônimo de crise. Hoje, no Brasil, ocorre o contrário. O sistema financeiro público transformou-se em polo gerador de confiança e estabilidade e de expansão do consumo e da produção graças ao avanço do crédito. As políticas do nosso governo são profundamente distintas do arsenal usado nos anos 1990", afirmou.
Segundo números apresentados pela ministra, o BB expandiu o crédito em 34% em 2009, enquanto Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) multiplicaram por quatro seus desembolsos desde 2004. Apesar disso, lembrou, não houve explosão da inadimplência.
Segundo ela, expansão do crédito e baixa inadimplência (3,3% no BB, ante 5,6% na média do mercado em 2009) foram os fatores responsáveis pelo lucro recorde do BB, de cerca de R$ 10 bilhões no ano passado. "É o mérito de ter preservado o banco de todas as tentativas de diminuí-lo", disse.
Junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pré-candidata participou de uma agenda extensa hoje em São Paulo que incluiu uma visita a Sorocaba para a inauguração de uma unidade industrial da Case New Holland (CNH), um almoço com empresários da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o encontro de administradores do Banco do Brasil.
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Lula diz que eleição não pode
mais causar "terrorismo" no Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, terça-feira, 2, que as eleições não podem mais causar “terrorismo” no Brasil, afetando, inclusive, o mercado financeiro com boatos sobre possíveis retrocessos que a vitória de determinados candidatos pode trazer.
“Não acreditem e não aceitem aquela ideia imbecil que se falava nesse Brasil: ´se ganhar fulano vai estragar tudo, se ganhar beltrano vai estragar tudo´”, disse durante recebimento de homenagem da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea).Segundo o presidente, não existe a possibilidade de o próximo governante do país regredir nos avanços realizados até o momento.
“Não existe a possibilidade de quem quer que seja estragar o que está construído nesse país. A tendência natural é fazer mais e fazer melhor.”Lula se declarou vítima desse tipo “terrorismo” em todas as eleições que disputou.
“Fizeram um monte de terrorismo contra mim todas as vezes que eu disputei a eleição. Mentiram tanto que um dia o povo não acreditou mais.” Lula concorreu aos pleitos de 1989, 1994 e 1998 antes de ser eleito em 2002 e reeleito em 2006.
O presidente afirmou esperar que o próximo governante do Brasil, que será eleito em outubro, traga progresso para o país. "Em oito anos a gente não pode fazer tudo, eu espero que quem vier faça muito mais. Porque nós precisamos crescer, gerar emprego e renda."

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