sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CAIXA EMPACOTADA
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Negociação com a Caixa não avança e empregados decidem
manter greve por tempo indeterminado em todo o país
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Representação nacional dos empregados avalia que proposta não contempla diversas reivindicações específicas da campanha salarial de 2009
Como a Caixa Econômica Federal não avançou na proposta que já havia apresentada nas rodadas anteriores, para as reivindicações específicas da campanha salarial deste ano, os trabalhadores da empresa realizaram assembleias ontem e decidiram manter a greve por tempo indeterminado em todo o país, seguindo assim orientação do Comando Nacional dos Bancários. Na Caixa, o processo de negociação das questões específicas foi retomado ontem entre o Comando Nacional e os representantes da empresa, durante reunião realizada em São Paulo.
Na ocasião, a Caixa reafirmou os pontos da proposta apresentada aos trabalhadores na rodada do dia 1º de outubro e assumiu o compromisso de seguir o acordo proposto pela Fenaban, que prevê reajuste salarial de 6% (ganho real de 1,5%) e uma nova regra para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR): 90% do salário mais parcela fixa de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680, além de uma PLR adicional de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente entre todos os bancários, com teto de R$ 2.100.
No entanto, em relação à PLR, tendo em vista que este ano o resultado da Caixa tende a ser menor do que o do ano passado, o valor total a ser distribuído pela empresa na regra básica da Participação nos Lucros e Resultados ultrapassará o teto previsto de 13% do lucro líquido. Assim, o valor a ser pago a cada bancário receberá um redutor de 23% para adequá-lo ao teto, o que não afeta a PLR adicional. Na negociação de ontem, a novidade apresentada pela Caixa foi o aumento do número de empregados que serão contratados.
Dos 2.200 trabalhadores que a empresa manifestou que contraria, conforme informações repassadas na negociação de 1º de outubro, o banco anunciou que contratará três mil bancários em 2010, um aumento de apenas 800 contratados.
Avaliação do Comando Nacional dos Bancários Para o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), a proposta feita pela empresa é insuficiente, especialmente na questão da remuneração. A avaliação é que, nos últimos anos, a Caixa tem desempenhado um papel cada vez mais presente como operadora de importantes políticas do governo federal, como o Bolsa-Família e os investimentos em habitação.
Se por um lado essa mudança na atuação da Caixa é vista como positiva pelos bancários, ela gerou um aumento enorme na carga de trabalho dos empregados do banco, deteriorando ainda mais as condições de trabalho.
Dessa forma, o Comando Nacional dos Bancários entende que, mesmo que o lucro líquido do banco seja insuficiente para pagar aos empregados a regra básica da PLR, os trabalhadores devem receber algum tipo de compensação por toda a sua dedicação e empenho.
Além disso, a representação nacional dos empregados entende que a proposta da Caixa não contempla diversas questões específicas reivindicadas pelos trabalhadores, conforme decisão do 25º Conecef, tais como: jornada de seis horas para todos, mudanças no Plano de Cargos Comissionados (PCC), ampliação do quadro de pessoal, isonomia de direitos entre novos e antigos, tíquete e cesta-alimentação para todos os aposentados e pensionistas, garantia de sustentabilidade ao plano REG/Replan não-saldado e fim das discriminações a seus participantes, além de democratização da gestão.
Diante disso, o Comando Nacional dos Bancários decidiu orientar os empregados pela não aceitação da proposta e continuidade da greve na Caixa por tempo indeterminado. Várias assembleias se posicionaram ontem contra o fechamento de acordo nos termos pretendidos pela empresa.
Os resultados foram os seguintes: ABC Paulista (continuidade da greve), Acre (continuidade da greve), Alagoas (continuidade da greve), Amapá (continuidade da greve), Angra dos Reis/RJ (continuidade da greve), Baixada Santista/SP (continuidade da greve), Belo Horizonte (faz nova assembleia com todos os bancários – Caixa, BB e privados – nesta sexta-feira, às 15h), Brasília (continuidade da greve), Campinas (continuidade da greve), Campo Grande (continuidade da greve), Campo Mourão/PR (continuidade da greve), Campos dos Goytacazes/RJ (continuidade da greve), Cataguases/MG (continuidade da greve), Ceará (continuidade da greve), Criciúma/SC (continuidade da greve), Cornélio Procópio/PR (continuidade da greve), Curitiba (continuidade da greve), Dourados/MS (continuidade da greve), Espírito Santo (continuidade da greve), Florianópolis (continuidade da greve), Irecê/BA (continuidade da greve), Juiz de Fora/MG (continuidade da greve), Governador Valadares/MG (continuidade da greve), Horizontina/RS (continuidade da greve), Itaperuna/RJ (continuidade da greve), Manhuaçu/MG (continuidade da greve), Maranhão (continuidade da greve), Mato Grosso (continuidade da greve), Mato Grosso do Sul (continuidade da greve), Niterói/RJ (continuidade da greve), Nova Friburgo/RJ (continuidade da greve), Paranavaí/PR (continuidade da greve), Pará (continuidade da greve), Paraíba (continuidade da greve), Pelotas/RS (continuidade da greve), Pernambuco (continuidade da greve), Piauí (continuidade da greve), Porto Alegre (continuidade da greve), Rio de Janeiro (continuidade da greve), Rondonópolis/MT (continuidade da greve), Rondônia (continuidade da greve), Roraima (continuidade da greve), Salvador (continuidade da greve), São Paulo (continuidade da greve), Sorocaba/SP (continuidade da greve), Tocantins (continuidade da greve), Três Lagoas/MS (continuidade da greve), Três Rios/RJ (continuidade da greve), Uberaba/MG (continuidade da greve) e Vitória da Conquista/BA (continuidade da greve).

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