sexta-feira, 19 de junho de 2009

Demissões nos bancos se concentram em quem tem curso superior

Dos 8.236 bancários desligados pelos bancos no primeiro trimestre deste ano, 60% tinham o curso superior completo, outros 23,98% estavam cursando o terceiro grau e 12,37% haviam completado o segundo grau. E dos 6.882 trabalhadores contratados no mesmo período pelas instituições financeiras, 37,65% possuem o curso superior integral, 23,76% estão frequentando a faculdade e 34,73% completaram o segundo grau.

É o que mostra a pesquisa que a Contraf-CUT e o Dieese (Departamento Intersindical de Pesquisa e Estudos Socioeconômicos) divulgaram no dia 16, a partir dos dados que os próprios bancos apresentaram ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esse primeiro levantamento sobre emprego e desemprego, que a partir de agora será realizado trimestralmente, revela que os bancos fecharam 1.354 postos de trabalho no primeiro trimestre de 2009 e estão utilizando a alta rotatividade para reduzir os salários dos bancários.

A pesquisa também confirma que os bancos estão contratando as mulheres com salários 24% inferiores aos dos homens, ampliando a discriminação que já existe nos locais de trabalho. Veja aqui. Com relação à escolaridade, o levantamento da Contraf-CUT e do Dieese revela que os bancos fecharam mais postos de trabalho de bancários com curso superior completo (2.353), o que contradiz o discurso amplamente difundido pelas empresas sobre a necessidade e a urgência da crescente escolarização como fator de empregabilidade. Veja no quadro acima.

"Os bancos exigem qualificação cada vez maior e forçam os bancários a custearem seu próprio aprimoramento acadêmico, mas a pesquisa mostra que as demissões estão atingindo principalmente os trabalhadores com maior escolaridade, que são também os que têm mais idade, mais tempo de emprego e maiores salários", questiona o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT

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