10º Congresso Nacional da CUT
3 e 7 de agosto, em São Paulo
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Os desafios do 10º CONCUT
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*Artur Henrique
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Já se fala numa suposta social-democracia global como o novo cenário para aquilo que o G-8 passou a chamar de "pós-crise". Se a esquerda brasileira e latino-americana não estiver fortemente unida e constantemente mobilizada para enfrentar esse arremedo de alternativa que o capitalismo quer nos impingir, corremos o risco de ficar nos debatendo com uma proposta que não passa de mais do mesmo.
Apesar de contar com a participação de vários estados nacionais, essa proposta não entra na discussão realmente importante que é criar um novo paradigma, um novo modelo. Porque não enfrenta as questões essenciais que são, entre as mais importantes, o combate aos abusos do capital especulativo e das transnacionais, o cancelamento das dívidas externas dos países, uma nova matriz energética, a implementação de uma renda cidadã mundial, como já vem acontecendo em países como o Brasil, e a garantia do emprego decente.
A resolução da crise econômica se dará mais pelo socialismo ou mais pelo capitalismo a depender da capacidade de mobilização do movimento sindical e do movimento social em defesa do papel do Estado, do fortalecimento do mercado interno e de pesadas regras sobre o setor financeiro.
Em todo o debate que a CUT vai realizar durante seu 10º Congresso Nacional, que acontece entre 3 e 7 de agosto, em São Paulo, teremos sempre em perspectiva esses desafios citados acima. Com a presença de 2,5 mil delegados, representantes de todas as categorias, do campo e da cidade, de todas as regiões do País, vamos traçar as prioridades e a estratégia de ação da CUT para os próximos três anos.
Podem estar certos de que a Central Única dos Trabalhadores sairá desse Congresso ainda mais empenhada na defesa dos empregos, dos salários e dos direitos de nossa classe, condições essenciais para a superação da crise e para a construção de um novo modelo de desenvolvimento que tenha como prioridades a distribuição de renda e a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.
Nossos instrumentos são a mobilização, desde os locais de trabalho até as manifestações de rua, as greves e as paralisações, e a maturidade de saber apresentar propostas e construir canais de diálogo.
O primeiro semestre deste ano nos traz exemplos importantes de como a CUT tem desempenhado seu papel social. Com nossa oposição, implodimos uma proposta encabeçada pela Fiesp e por setores sindicais não-cutistas, que queriam impor redução salarial a todos os trabalhadores sob o argumento chantagista de que, se assim não fosse, a outra saída seria demissões em massa - três milhões de brasileiros nos quinze dias que se seguiriam, segundo os mentores do tal acordo.
Partimos em seguida para uma ofensiva que denunciava o grande acúmulo de excedente de capital em todos os setores de atividade, embalados por anos de crescimento econômico, e para exigir que esses setores fossem chamados à responsabilidade para defender os empregos e os salários. Reivindicamos alternativas ao oportunismo das demissões em massa, na verdade mero pretexto para arranjos produtivos que objetivavam a manutenção das taxas de lucros às custas de maior sofrimento de famílias brasileiras.
Essa ofensiva incluiu centenas de greves e paralisações, em pequenas empresas e em multinacionais, mobilizações de rua, panfletagens e apresentação de propostas de mudanças nas relações do Estado com o capital.
E meio à crise e contra todas as vozes conservadoras, a CUT soube pressionar o governo também a manter os compromissos de reajustes e reestruturações de carreiras no serviço público, para nós imprescindível para a construção de políticas que distribuam renda para a maioria através de educação, saúde, segurança, cultura e previdência.
Junto com os movimentos sociais, estamos lutando neste momento por uma nova lei do petróleo, que acabe com os leilões das jazidas e que garanta a destinação de recursos da camada pré-sal para políticas públicas que saldem a dívida social do Brasil.
Sabendo aproveitar a conjuntura internacional, a CUT e suas entidades também foram capazes de construir um acordo nacional para garantir direitos trabalhistas aos cortadores de cana. Assinado no último dia 25, o acordo já nasceu com a adesão de 92% de todas as empresas do setor sucroalcoleiro.
Há várias outras ações igualmente importantes que as entidades cutistas estão tocando em todas as regiões do Brasil. Sempre em busca de novos instrumentos e políticas que enterrem definitivamente os resquícios neoliberais não só no Brasil mas, com a unidade das esquerdas, também em nosso continente. *Artur Henrique é presidente nacional da CUT.
Apesar de contar com a participação de vários estados nacionais, essa proposta não entra na discussão realmente importante que é criar um novo paradigma, um novo modelo. Porque não enfrenta as questões essenciais que são, entre as mais importantes, o combate aos abusos do capital especulativo e das transnacionais, o cancelamento das dívidas externas dos países, uma nova matriz energética, a implementação de uma renda cidadã mundial, como já vem acontecendo em países como o Brasil, e a garantia do emprego decente.
A resolução da crise econômica se dará mais pelo socialismo ou mais pelo capitalismo a depender da capacidade de mobilização do movimento sindical e do movimento social em defesa do papel do Estado, do fortalecimento do mercado interno e de pesadas regras sobre o setor financeiro.
Em todo o debate que a CUT vai realizar durante seu 10º Congresso Nacional, que acontece entre 3 e 7 de agosto, em São Paulo, teremos sempre em perspectiva esses desafios citados acima. Com a presença de 2,5 mil delegados, representantes de todas as categorias, do campo e da cidade, de todas as regiões do País, vamos traçar as prioridades e a estratégia de ação da CUT para os próximos três anos.
Podem estar certos de que a Central Única dos Trabalhadores sairá desse Congresso ainda mais empenhada na defesa dos empregos, dos salários e dos direitos de nossa classe, condições essenciais para a superação da crise e para a construção de um novo modelo de desenvolvimento que tenha como prioridades a distribuição de renda e a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.
Nossos instrumentos são a mobilização, desde os locais de trabalho até as manifestações de rua, as greves e as paralisações, e a maturidade de saber apresentar propostas e construir canais de diálogo.
O primeiro semestre deste ano nos traz exemplos importantes de como a CUT tem desempenhado seu papel social. Com nossa oposição, implodimos uma proposta encabeçada pela Fiesp e por setores sindicais não-cutistas, que queriam impor redução salarial a todos os trabalhadores sob o argumento chantagista de que, se assim não fosse, a outra saída seria demissões em massa - três milhões de brasileiros nos quinze dias que se seguiriam, segundo os mentores do tal acordo.
Partimos em seguida para uma ofensiva que denunciava o grande acúmulo de excedente de capital em todos os setores de atividade, embalados por anos de crescimento econômico, e para exigir que esses setores fossem chamados à responsabilidade para defender os empregos e os salários. Reivindicamos alternativas ao oportunismo das demissões em massa, na verdade mero pretexto para arranjos produtivos que objetivavam a manutenção das taxas de lucros às custas de maior sofrimento de famílias brasileiras.
Essa ofensiva incluiu centenas de greves e paralisações, em pequenas empresas e em multinacionais, mobilizações de rua, panfletagens e apresentação de propostas de mudanças nas relações do Estado com o capital.
E meio à crise e contra todas as vozes conservadoras, a CUT soube pressionar o governo também a manter os compromissos de reajustes e reestruturações de carreiras no serviço público, para nós imprescindível para a construção de políticas que distribuam renda para a maioria através de educação, saúde, segurança, cultura e previdência.
Junto com os movimentos sociais, estamos lutando neste momento por uma nova lei do petróleo, que acabe com os leilões das jazidas e que garanta a destinação de recursos da camada pré-sal para políticas públicas que saldem a dívida social do Brasil.
Sabendo aproveitar a conjuntura internacional, a CUT e suas entidades também foram capazes de construir um acordo nacional para garantir direitos trabalhistas aos cortadores de cana. Assinado no último dia 25, o acordo já nasceu com a adesão de 92% de todas as empresas do setor sucroalcoleiro.
Há várias outras ações igualmente importantes que as entidades cutistas estão tocando em todas as regiões do Brasil. Sempre em busca de novos instrumentos e políticas que enterrem definitivamente os resquícios neoliberais não só no Brasil mas, com a unidade das esquerdas, também em nosso continente. *Artur Henrique é presidente nacional da CUT.
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