quinta-feira, 23 de julho de 2009

Vinte bancos concentram 90%
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dos ativos bancários no País
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A estratégia adotada pelos bancos privados brasileiros, de concentrar o reduzido crédito nas regiões mais ricas do país, e a diminuição do número de bancos no mercado brasileiro têm ampliado os efeitos negativos da crise.
A avaliação é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.
“A tendência deles em favorecer o crédito nas regiões Sul e Sudeste nos mostra que a crise afeta de forma diferenciada as regiões do país, fazendo com que as mais pobres acabem perdendo a fatia de participação que tinham no acesso ao crédito” disse Pochmann à Agência Brasil.
O presidente do Ipea disse que em 1997 o Sudeste concentrava 59% dos créditos.
Atualmente este número subiu para 70%.
“Já o Nordeste caiu de 13% para 6%, e a Centro-Oeste, de 12% para 8,5%”.
Pochmann afirmou que o país tem condições para melhor aplicar, do ponto de vista geográfico, o crédito, “Uma melhor distribuição contribuiria para evitar o agravamento da crise nas regiões de menor capacidade reativa”, avaliou.
Outra tendência observada pelo Ipea, a de redução do número de bancos , também foi comentada pelo presidente do órgão, como prejudicial para o combate à crise.
Segundo Pochmann, tal redução começou a ficar mais acentuada a partir dos anos 90, quando houve maior abertura do mercado.
Se a expectativa, na época, era a de aumentar a concorrência, o tiro acabou saindo pela culatra.“Em 1996 havia 230 bancos no país. O número reduziu para 156 em 2007 [nos EUA, existem ao redor de 8 mil bancos].
Também caiu a proporção de agências em relação à população.
Aproximadamente 90% dos ativos bancários estão concentrados nas mãos de apenas 20 instituições”, argumentou.
“Portanto, ao mesmo tempo que temos concentração bancária e redução de bancos, temos também uma má distribuição do crédito no Brasil”, afirmou.

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