Bancos abusam e fecham 2.224 postos
de trabalho no primeiro semestre

Os bancos que operam no Brasil fecharam 2.224
postos de trabalho no primeiro semestre de 2009 e
estão usando a rotatividade para reduzir a
média salarial dos bancários.
.É o que mostra o segundo estudo elaborado pela Contraf-CUT e pela Subseção do Dieese, divulgado em entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira 25 na sede da Confederação, em São Paulo.
As empresas financeiras desligaram 15.459 bancários, principalmente em razão das fusões, e contrataram 13.235 entre janeiro e junho.
É uma inversão do que ocorreu no ano passado, quando houve um aumento de 8.754 novas vagas no mesmo período.
O levantamento sobre a evolução do emprego nos bancos toma por base dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Essa foi a segunda rodada da pesquisa, que está sendo divulgada trimestralmente pela Contraf-CUT.
"Os bancos estão na contramão do movimento que a economia brasileira está seguindo. Enquanto os demais setores econômicos criaram 300 mil novos postos de trabalho no primeiro semestre com a retomada do crescimento, os bancos, que não sofreram nenhum impacto com a crise, estão fazendo o contrário", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Isso é ainda mais injustificável quando sabemos que o sistema financeiro foi o que apresentou a maior rentabilidade de toda a economia no primeiro semestre, quando os 21 maiores bancos somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões."
Os bancários reivindicam garantia de emprego, principalmente para evitar demissões nos processos de fusão, mais contratações para atender à crescente demanda de trabalho nos bancos e assim melhorar o atendimento ao público e acabar com as filas, fim das terceirizações e reconhecimento da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas.
Demissões se concentram nos maiores salários
Além da redução do emprego, está havendo também uma diminuição na remuneração média dos trabalhadores do sistema financeiro. Os desligados no primeiro semestre recebiam remuneração média de R$ 3.627,01.
Já os contratados têm remuneração média de R$ 1.928,92, o que representa uma diferença de 46,82% - quase a metade.Isso porque os desligamentos foram concentrados nos escalões hierárquicos superiores e as admissões ocorrem principalmente nos cargos iniciais da carreira. Esse movimento intensificou a tendência observada no mesmo período do ano passado, quando a diferença entre os salários médios dos bancários contratados e desligados foi de 38,02%. Apenas até a faixa de 2,01 a 3 salários mínimos o saldo de emprego é positivo; a partir de 3 salários mínimos o saldo passa a ser negativo. Fonte: Contraf-CUT
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