quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Após paralisações, bancários exigem
proposta decente dos bancos nesta quinta
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Depois de quatro rodadas de negociação nas quais os bancos só enrolaram, levando a categoria a promover manifestações e paralisações de advertência em todo o país no dia 10 (veja mais aqui), o Comando Nacional dos Bancários espera que a Fenaban apresente na reunião desta quinta-feira, dia 17, às 15h, propostas concretas que contemplem todas as reivindicações da campanha nacional deste ano, entre elas reajuste de 10%, PLR de três salários mais R$ 3.850, valorização dos pisos salariais, respeito ao emprego e mais contratações, fim do assédio moral e das metas abusivas, mais segurança e implementação de políticas de combate a todo tipo de discriminação nos locais de trabalho.
Os bancos disseram que farão uma "proposta global". Segundo Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, "já deixamos muito claro aos banqueiros que nesta campanha salarial queremos ir além das questões meramente econômicas.
Além do aumento real, da melhoria da PLR e da valorização dos pisos, inclusive para comissionados e gerentes, a categoria quer garantias contra demissões, principalmente nas fusões, e mais contratações de trabalhadores, além da implementação de políticas que preservem a saúde, melhorem as condições de trabalho e acabem com as metas abusivas e com o assédio moral".
Alta lucratividade permite atender reivindicações
Na avaliação de Cordeiro, o reaquecimento da economia, que está permitindo que muitas categorias de trabalhadores conquistem acordos com aumento real de salário, e a altíssima rentabilidade do sistema financeiro permitem que as reivindicações dos bancários sejam atendidas.
Pesquisa da empresa de consultoria Economática mostrou que os bancos foram o setor da economia que teve os maiores lucros no primeiro semestre de 2009. Somente as 21 maiores instituições financeiras faturaram R$ 14,3 bilhões em apenas seis meses, o que representa 25% de todo lucro acumulado pelas 303 empresas de capital aberto que operam na Bovespa.
"As projeções para o segundo semestre são ainda mais otimistas e não há, portanto, nenhuma razão para que os bancos não atendam as reivindicações dos trabalhadores, recompensando-os pelo seu desempenho", afirma Carlos Cordeiro. Em relação à preservação do emprego, o presidente da Contraf-CUT lembra que seis dos maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil e Nossa Caixa, Itaú Unibanco e Santander Real), onde trabalha mais da metade da categoria, estão passando por processos de fusão.
"Com essas incorporações, as empresas obtêm muitos ganhos de sinergia com a ampliação da sua escala de atuação", acrescenta Carlos Cordeiro

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