segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A EFEMERIDADE DA VIDA E DO VIVER
.
* Rosario Braga
.
Dia 04.09.09. Final de tarde. Igreja da Conceição lotada.
Era a missa de sétimo dia do companheiro Caíco. Tantas pessoas presentes, expressava a capacidade do companheiro de construir relações de amizade, de solidariedade, de companheirismo.
Lembrei da companheira Maria, que administrou o Sindicato dos Bancários e que nesse mesmo dia de um ano que agora não lembro, nos deixou para a eternidade. Como Caíco, Maria também só semeou o bem.
Uma semana antes, havíamos nos encontrado: eu, Jorge, Caíco e sua companheira Edna, nosso amigo Lamar e sua parceira Rosário, o companheiro Marcelo e alguém de nome Rosanira que conheci naquela data.
Foi maravilhoso!!! Brincamos muito, sorrimos bastante, falamos de nossas crias, do momento em que nos encontrávamos com filho e filhas encaminhadas e da disposição de curtirmos mais a vida. Falamos do inevitável-política, sindicato- e ao final combinamos que passaríamos o feriadão em Barreirinhas. Foi o último encontro em que eu e Jorge pudemos desfrutar da companhia de Caíco.
Na sexta-feira próxima, véspera do acontecido, deveríamos ter estado juntos novamente, mas apesar da insistência dos amigos não foi possível chegarmos ao local.
Caíco era um companheiro de luta, um batalhador, uma pessoa de extremo senso de solidariedade, de bondade e alegria. Era daquelas pessoas cuja amizade nos orgulha e cuja presença instila alegria e satisfação. Era alguém cuja presença nos fazia bem.
Naquela igreja lotada, familiares, amigos, militantes todos compartilhavam a mesma fé, a dor, a tristeza e a saudade do nosso querido amigo.
Cruzei com o companheiro Paulinho, ex-administrador do Sindicato dos Bancários, e sua companheira Silvana e foi inevitável refletir sobre as retaliações de que ele e outros funcionários estão sendo vítimas naquela entidade.
Fiquei a imaginar: se a vida é tão efêmera e nós militantes políticos e de movimento sindical nos arvoramos de ser defensores da justiça, dos direitos e de condições de vidas decentes para o nosso povo, como somos capazes de causar sofrimento a companheiros e companheiras que por tanto tempo conviveram ou ainda convivem ao nosso lado na mesma trincheira dessa mesma luta?
Onde está o sentimento de solidariedade que em tese guia as ações de nossas vidas? Hoje, amanhã ou depois nada restará de nós a não ser as boas ou más atitudes com que tivermos marcado nossas vidas.
A marca do companheiro Caíco, assim como da companheira Maria foi do amor, da solidariedade e do companheirismo e a de cada um de nós, qual será?
*Bancária, Secretária de Organização da Federação dos Bancários do Nordeste,

Nenhum comentário: