Rapidez para faturar com as Olimpíadas,
lentidão e desrespeito com os bancários
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Os bancos brasileiros foram outra vez rápidos no seu marketing, que é o que eles melhor sabem fazer. No fim de semana, as TVs e os jornais estavam repletos de publicidade dos bancos saudando a vitória do Rio de Janeiro, e do Brasil, para sediar as Olimpíadas de 2016.
Gastaram milhões e milhões de reais para surfar na onda do sucesso alheio.
Já com os bancários, eles agem com uma lentidão irresponsável. A categoria está em greve há 12 dias em todo o país, mas os bancos enrolam e não apresentam uma proposta condizente com as reivindicações dos trabalhadores.
Eles estão batendo novo recorde de lucratividade, mas se recusam a conceder aumento real de salário e a valorizar os pisos salariais. Ganham com as fusões e incorporações, mas não querem dar garantias de proteção ao emprego e fazer mais contratações. E se negam a assumir compromissos de melhorar as condições de trabalho, de saúde e de segurança e coibir o assédio moral e as metas abusivas, responsáveis pelo adoecimento crescente de trabalhadores.
Os bancos são o setor da economia brasileira que mais lucrou este ano, mas querem reduzir a PLR de quem com seu trabalho e esforço ajudou a produzir esses resultados. Antes de a campanha salarial começar, o Comando Nacional dos Bancários fez inúmeras rodadas de negociação com a Fenaban e propôs várias alternativas para simplificar e melhorar a distribuição da PLR. Mas os bancos apresentaram uma proposta que rebaixa os valores pagos no ano passado - recusada pela categoria.
Enquanto isso, os banqueiros pagam bônus milionários para seus diretores e altos executivos.Na retomada das negociações depois da deflagração da greve nacional, na quinta e sexta-feira da semana passada, o Comando Nacional passou mais dois dias discutindo a PLR com os negociadores dos bancos, mas eles não apresentaram nova proposta. Disseram que precisavam consultar os presidentes dos bancos, adiando mais uma vez uma decisão.
"Essa lentidão e essa enrolação dos bancos desrespeitam os bancários, que são chamados de colaboradores, mas são tratados com descaso. Cadê a responsabilidade social que aparece nas propagandas milionárias dos bancos? Mas se os banqueiros pensam que, com essa protelação vão nos vencer pelo cansaço, estão muito enganados", adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
"Os bancários já deram muitas demonstrações na história da sua capacidade de luta e da sua força. Foi assim, com mobilizações e greves, que a categoria obteve todas as suas conquistas - conquistas que os bancos apresentam em sua propaganda mentirosa como benefícios concedidos. Os bancários, tanto de bancos públicos como privados, estão fazendo este ano a maior greve dos últimos anos. Estão mostrando aos banqueiros que não adianta enrolação e, por isso, não aceitarão proposta que não contemple aumento real, PLR maior, garantias de proteção ao emprego e mais contratações, valorização dos pisos salariais e melhorias das condições de saúde, de segurança e de trabalho", conclui o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT
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Greve chega ao 12º dia e atinge
concentrações dos bancos em São Paulo
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Bancários entraram nesta segunda-feira, 5, em seu 12º dia de greve nacional por tempo indeterminado parando, além das agências bancárias da região central de São Paulo e da região da Avenida Paulista, concentrações dos principais bancos onde se localizam os seus respectivos presidentes.
Foram atingidos o Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic), zona sul, onde fica Roberto Setubal; a Cidade de Deus do Bradesco, em Osasco, local do escritório de Luiz Carlos Trabuco; matriz do Real (Santander), na Avenida Paulista, escritório de Fábio Barbosa; e o Safra da Paulista, onde está J.Safra.
Também estão no roteiro os complexos Verbo Divino, São João e Ipiranga do Banco do Brasil.
Mais de 20 mil bancários trabalham nestes locais.
"As negociações terminaram sem proposta por parte dos banqueiros.
A greve só termina quando os bancários puderem deliberar sobre uma proposta que preveja aumento real de salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior e mais justa, proteção aos empregos, fim do assédio moral e das metas abusivas", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
"A greve continua e será ampliada. As negociações têm de render ganhos aos trabalhadores.
O fim da greve está nas mãos dos banqueiros."
Assembleia
Os bancários de São Paulo realizam nova assembleia nesta segunda-feira 5, às 17h, na quadra da categoria (Rua Tabatinguera, 192 - Sé) para decidir os rumos do movimento.
Reivindicações
A categoria reivindica 10% de reajuste salarial (inflação mais aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) composta pelo pagamento de três salários, acrescidos de valor fixo de R$ 3.850. Os trabalhadores também querem a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de uma cláusula de proteção ao emprego em caso de fusão.
Os bancários exigem ainda o fim do assédio moral e das metas abusivas, práticas que provocam o adoecimento dos trabalhadores.
Fonte: Seeb/SP
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