Gestão no BNB clama
por regras democráticas
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O que distingue o Banco do Nordeste de um banco privado é a amplitude de seus objetivos, que é o de uma instituição de desenvolvimento.
Tem, portanto, uma dimensão maior – contribuir para a eliminação das desigualdades sociais e do atraso tecnológico e científico na região em que atua.
Assim, a responsabilidade histórica que se propõe perante o futuro é atender toda uma cadeia de valores, não apenas a concessão de crédito, mas induzindo e promovendo o fomento e aumento da produtividade da economia e do bem estar social e cultural do povo nordestino.
Por isso, seus resultados – fruto de políticas de governo – têm que ser julgados não sobre balanços sumários, não sobre os números nus das estatísticas, mas sim segundo o papel próprio da previsão consciente e da direção prevista na aquisição dos resultados. Dessa forma, erros ou acertos das gestões do BNB não devem ser medidos apenas pelos resultados da contabilidade, porque, para além dos números brutos (Receita Bruta, Lucro Bruto e Patrimônio Bruto) deveria se atingir a Felicidade Interna Bruta do povo nordestino.
É necessário que o Banco do Nordeste conte com um contingente de trabalhadores preparados tecnicamente para pensar e agir além das cifras numéricas, para avaliar os êxitos e a falta de êxitos no atingimento de seus objetivos institucionais.
Para isso é preciso uma política de relações de trabalho onde prevaleçam os valores e princípios republicanos, calcados pelo conhecimento científico, pela consciência social, pela motivação pessoal e pela responsabilidade social.
Isto exige regras democráticas no processo de encarreiramento no Banco: Plano de Cargos (PCR), plano de funções e de proteção social, onde se apresentam os procedimentos de evolução profissional de seus trabalhadores quando avaliam a possibilidade de ligar, na perspectiva do BNB, sua atividade profissional ao seu próprio projeto de vida. Dostoievski, em sua obra clássica universal “Os irmãos Karamozov” alertava: “Sem Deus, tudo é permitido” ou toda ação bárbara e cruel contra o ser humano não necessita de prestação de contas do senso moral e ético/humanista. Em outras palavras, não havendo regras humanistas, rege-se pela lei das selvas.
É preciso admitir que a atual lógica de movimentação de pessoal no BNB (comissionamentos, transferências, nomeações, regras de capacitações etc) está sem regras transparentes e democráticas, prevalecendo as regras subjetivas de grupos e de “chefes”, cada um dos quais eivados com regras e procedimentos até oratórios que mal mascaram seus apetites, seus interesses, seus temores e exclamam, como “pragmatistas”: como neoidealistas, movidos por ideologias mais elásticas que um bom par de suspensórios - “o rei nunca pode estar nu”.
Aí se agiganta a figura do “chefe” e seu manual de sobrevivência - cujo valor é a concordância com os objetivos de grupos políticos que o apóia - que sub-repticiamente apresenta aos “comandados”: “não pensem, somente executem...”!
E restauram a lógica subjetiva do perfil na avaliação do desempenho de gestão. Basta registrar casos de destituição de funções de gestão, onde funcionários com anos no exercício foram destituídos – a exemplo do que ocorreu recentemente no ambiente de infraestrutura - com a justificativa: “você não tem perfil!”. Senhores, que barbaridade!
Quem estaria sonolento todo este tempo? Esta lógica expõe o BNB a um ambiente de incertezas e insegurança, mais perto de uma situação de um passado de autoritarismo recente do que uma cultura essencial a um Banco de desenvolvimento, democrático e verdadeiramente transparente. Se isto acontece no seio dos altos e médios escalões da administração do Banco, avaliemos nos atos e fatos geradores de movimentação do pessoal (comissionamentos, nomeações, transferências, promoções, comendas etc).
Somente o estabelecimento de regras democráticas pode salvar o BNB dos efeitos da ausência de normas: desmotivação, revolta de seus trabalhadores com consequência do afastamento dos caminhos que levam aos seus objetivos institucionais, como enfatizado no início deste trabalho. Com a greve recente, que teve adesão expressiva, os trabalhadores manifestaram sua insatisfação com a ausência de uma política de valorização.
Por tudo isso a AFBNB ratifica o entendimento dos funcionários do BNB e entende que é preciso uma reflexão urgente para mudança de postura, no sentido de reparar injustiças, restabelecer direitos negados e reconhecer e valorizar seus trabalhadores.
Diretoria da AFBNB
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