sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mudança na diretoria da
Previ começa a ser definida
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Termina hoje o prazo para inscrições de chapas para a eleição direta, em maio, de dois diretores executivos da Previ, nas áreas de administração e planejamento.
O pleito em si não alteraria muito a vida do maior fundo de pensão do país, com patrimônio de R$ 133 bilhões, não fosse o fato de que também em maio chega ao fim o mandato de Sérgio Rosa, atual presidente da fundação dos funcionários do Banco do Brasil, cargo de indicação política da cúpula do BB e no qual Rosa permaneceu por dois mandatos, ou seja, oito anos.
O Valor apurou que o nome mais cotado para substituir Rosa na presidência é o de Joílson Ferreira, 50 anos, advogado diplomado pela USP, funcionário de carreira do BB e atual diretor de Participações da Previ. A Previ é um colegiado com seis diretores com remuneração idêntica à dos diretores do Banco do Brasil.
Atualmente, a maioria destes executivos é ligada ao PT. Pelo estatuto da fundação, três diretores - o presidente e os diretores executivos de Participações e de Investimento - são escolhidos diretamente pelo BB e referendados pelo Conselho Deliberativo da Previ, enquanto outros três - Administração, Planejamento e Seguridade - são eleitos diretamente por 178 mil associados em todo o país para mandatos de quatro anos, renováveis por mais quatro.
Joílson Ferreira foi indicado em 2008 para a Diretoria de Participações em substituição a Renato Chaves, juntamente com o atual diretor de Investimento, Fábio Moser. Ambos têm ainda dois anos no exercício dos respectivos cargos. Quando foi chamado para a Diretoria de Participações, Joílson exercia a função de gerente - executivo do BBBI.
Como diretor de Participações da Previ, é ele quem substitui o presidente como interino, quando este se ausenta ou tira férias e é quem cuida das participações acionárias da fundação, entre elas a Vale do Rio Doce, da qual o fundo é o controlador, CPFL e Embraer, dentre outras empresas gigantes. Sergio Rosa também foi diretor de Participações da Previ, em 2000. O fato é simbólico e pode sinalizar para uma potencial preferência do BB por Joílson.
De modo geral, os diretores executivos da Previ têm vínculos partidários com o PT, ligados a corrente majoritária do partido do governo, a antiga Articulação, agora denominada Construindo Novo Brasil. Assim como Rosa, Ferreira teve militância sindical e goza de bom trânsito dentro do governo Lula. Se sua indicação se concretizar, seu mandato na presidência da Previ irá até 2014, num Brasil pós-Lula, que pode ser presidido por Dilma (PT) ou Serra (PSDB).
Se deixar a Diretoria de Participações, Joílson pode ser substituído automaticamente pelo seu gerente de participações Ricardo Giambroni, ou por outro nome indicado pelo BB.
No âmbito das eleições diretas para diretores de Administração e Planejamento existem até agora dois nomes no páreo. Paulo Assunção de Souza, aposentado do BB, que já foi conselheiro do banco, da Anabb (Associação dos Funcionários do BB) e é do conselho de administração da Neoenergia, é um nome escolhido pela situação, ligada à Articulação do PT, para ocupar a diretoria executiva de Administração, hoje ocupada por Francisco Alexandre, que pode compor chapa com a candidata à Diretoria de Planejamento, Elaine Michel, indicada pela Anabb, da qual é Diretora de Relações Externas e Parlamentares, cujo presidente, Valmir Camilo, é do PPS.
A atual diretora de Planejamento é Cecília Garcez, que cumpre seu segundo mandato e não pode ser reeleita. Ela foi indicada pela Anabb. Apesar de algumas divergências entre Camilo e Rosa, durante os anos de 2004, 2006 e 2008 a Anabb e o PT se compuseram numa chapa de unidade e ganharam as eleições diretas. Segundo observadores do cenário eleitoral da Previ, este ano a aliança pode se repetir.
O Valor procurou Valmir Camilo, mas não conseguiu contatá-lo para confirmar a dobradinha. Até agora, não tem ainda nenhuma chapa inscrita.
Na Previ, a expectativa é que as inscrições aconteçam na última hora de amanhã. Além das diretorias executivas de Administração e Planejamento, terão que ser eleitos ainda dois nomes para o Conselho Deliberativo, um titular e um suplente; um titular e um suplente para o Conselho Fiscal; dois titulares e dois suplentes para o Conselho Consultivo do Plano 1 (Benefício Definido); e dois titulares e dois suplentes para o Previ Futuro.
Fonte: Valor Econômico

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