Mulher, trabalhadora e sindicalista
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Patrícia Ramos*
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Infelizmente, ainda vivemos numa sociedade, em que para alguns, as mulheres não deveriam ocupar alguns espaços e apenas se manter no que naturalmente estaria destinado a elas – casa, filhos, cuidado com as outras pessoas. A inserção cada vez maior mulheres em espaços até então destinados aos homens, para algumas pessoas até são vitórias conquistadas, mas apenas na fala, porque nas ações ainda vemos contradições e argumentações que não se justificam e quando compramos o debate e provamos que 2 mais 2 são 4, a perplexidade se estampa. Ah é, é?
Como trabalhadora a luta pela igualdade e respeito é cotidiana. Combater as piadas ou fazer de conta que não foram ouvidas, não permitir que se exceda em cobranças injustificáveis, não permitir agressões como o assédio moral ou sexual são alguns exemplos.
Como sindicalista, além das questões específicas da categoria, o debate permanente da desconstrução de conceitos e práticas construídas por uma sociedade patriarcal e machista, a partir da própria entidade sindical, caminhando para todos os espaços possíveis é também diário, permanente e imprescindível.
Deixamos de fazer algumas tarefas às vezes porque condições não foram ainda criadas para poder proporcionar a ação. Não significa, portanto, que o trabalho deixou de ser feito. Outros estarão fazendo e a divisão de atividades irá se dando até o dia que a condição surja.
Trabalhar em grupo é perceber o que o outro pode e não pode naquele momento. É respeitar a possibilidade de cada um. As características de cada um.
Como é prazeroso realizarmos algo que ainda não podíamos ter feito, como a minha visita aos bancários/as da Chapada. Dei a minha contribuição de cidadã, mulher, trabalhadora, mãe e sindicalista. Acredito na minha entidade sindical, acredito na força da categoria e na sua unidade. E acredito que teremos mais mulheres bancárias fortalecendo essa luta.
*Patrícia Ramos é diretora do Sindicato e funcionária do Santander Real
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