sábado, 6 de fevereiro de 2010

Proposta de bancos prevê
redução de ganhos com cartões
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Após anos de discussão e a decisão do governo de quebrar o duopólio das bandeiras de cartões de pagamento (Visa e MasterCard) e suas credenciadoras (Cielo e Redecard), o setor entregou sua primeira proposta de autorregulamentação.
O projeto foi formalizado pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços) e encaminhado à equipe econômica em dezembro. É uma tentativa de apaziguar os ânimos na definição de regras -hoje consideradas ineficazes- para o funcionamento do setor, que movimenta R$ 444 bilhões em vendas com cartões por ano.
As sugestões, porém, não são ainda consenso nem entre os bancos associados, principais integrantes da Abecs.
A principal proposta é a criação de uma nova, e única, bandeira destinada exclusivamente para as operações de débito. Isso, em tese, acabaria com o custo de royalties pagos atualmente às diversas bandeiras de cartões de débito.
Hoje, sempre que o consumidor realiza um débito automático num estabelecimento comercial, o lojista recolhe um determinado valor que cobre custos da bandeira do cartão, do banco emissor e do credenciador (que desenvolve as máquinas "alugadas" aos comerciantes).
Por ano, as lojas pagam R$ 1,8 bilhão em royalties aos integrantes dessa cadeia, sobretudo às bandeiras (Mastercard, Visa, Amex, Diners).
Segundo o presidente da Abecs, Paulo Rogério Caffarelli, essa despesa costuma ser embutida no preço de produtos e serviços. Por isso, a medida de uma única bandeira para débitos deve reduzir os preços ao consumidor. "A ideia é que, em até dois anos, essa rede de débito esteja funcionando", diz.
O problema é implementá-la. O próprio Caffarelli admite que reunir todos os bancos numa única rede, com um cartão de débito nacional, será praticamente impossível.
"O mais provável é que, inicialmente, tenhamos alguns blocos [de bandeiras] que, no futuro, poderão convergir para um só", diz.

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