Contraf discute indicadores de
responsabilidade social nos bancos
A Contraf-CUT, representada por sua secretária de Políticas Sociais, Deise Recoaro, participou no último dia 19 de junho da 1ª Oficina Indicadores Ethos-Febraban de Responsabilidade Social para o Setor Financeiro. O evento teve como objetivo orientar as empresas do setor para a utilização dos indicadores, ferramenta de gestão voltada para o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social.
Deise Recoaro sugeriu que seja utilizado como indicador geral para as empresas a adesão à licença-maternidade de seis meses, bandeira do movimento sindical. Hoje, entre os grande bancos brasileiros, apenas Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal aderiram à lei aprovada recentemente no Congresso Nacional que torna facultativa às empresas a concessão de 180 dias de licença-maternidade. A reivindicação foi bem aceita pelo Instituo Ethos.
A dirigente sindical também questionou um dos indicadores, que propõe que as empresas utilizem metas de desempenho para que seus funcionários promovam produtos voltados à sustentabilidade. "Não há problema nenhum em criar e vender produtos financeiros sustentáveis. Mas o estabelecimento de metas está diretamente relacionado com a questão do cuidado com a saúde e condições de trabalho. Nos bancos, o uso de metas significa bancários extrapolando sua jornada, distúrbios mentais e falta de ética nos negócios", disse Deise.
"A pressão por vendas tem levado ao adoecimento de centenas de trabalhadores em todo o Brasil diariamente e também empurrado goela abaixo dos clientes produtos que muitas vezes não correspondem com suas necessidades, o que é anti-ético", afirmou. A bancária destacou também a ausência de pontos sobre as fusões e aquisições, que têm grande impacto na vida de trabalhadores, clientes e sociedade de forma geral.
"É importante ter indicadores que assegurem a melhor transição possível para todos os envolvidos", afirma. Segundo Deise, as sugestões que apresentou foram bem recebidas pelos presentes. Ela considerou importante a participação do movimento sindical nestes espaços de diálogo social.
"Vários atores se envolvem nesse tipo de discussão e podemos conseguir apoios de outras organizações, como o próprio Instituto Ethos, para, de maneira direta ou indireta, podemos intervir para melhorar as condições de trabalho dos bancários", afirma.
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