terça-feira, 29 de setembro de 2009

Greve cresce em todo o país, paralisa
5.786 agências e pressiona bancos
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O número de unidades paralisadas no quinto dia do
movimento é o dobro do alcançado na deflagração
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A greve nacional dos bancários continua se fortalecendo em todo o país e atingiu 5.786 agências ontem, segunda-feira, 28, quinto dia de paralisação.
O número representa o dobro das 2.881 unidades paralisadas na última quinta-feira, 24, primeiro dia da greve, e um aumento de 20% em comparação às 4.791 unidades fechadas no segundo dia na última, sexta-feira, 25.
A ampliação da greve foi uma das decisões do Comando Nacional dos Bancários, que se reuniu no último sábado, 26, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.
Os número são fruto de levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base em dados fornecidos até as 20h de ontem, segunda-feira pelos 134 sindicatos ligados ao Comando Nacional dos Bancários.
A greve atinge todos os 27 estados e o Distrito Federal.
"É um aumento expressivo da greve, o que demonstra o enorme descontentamento dos trabalhadores com a proposta rebaixada apresentada pelos bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
"É inadmissível que o setor da economia que mais apresentou ganhos nos últimos meses, com lucros de R$ 19,3 bilhões no primeiro semestre, segundo o Banco Central, faça uma proposta sem aumento real de salário e sem valorização dos pisos e com uma PLR menor do que a do ano passado, além de não atender as demandas de emprego e melhores condições de saúde, segurança e trabalho", acrescenta.
Negociações
O Comando Nacional, após reunião de avaliação da greve no último sábado, encaminhou correspondência à Fenaban cobrando a retomada das negociações e reforçando as reivindicações da categoria. Para tanto, a representação dos bancários se colocou à disposição da Fenaban para retomar as negociações a partir de hoje, terça-feira, 29.
Anteriormente, o Comando Nacional já havia enviado ofício à Fenaban, no dia 18 de setembro, um dia após a quinta rodada de negociação entre as partes, comunicando a rejeição da proposta de reajuste de 4,5% apresentada pelos bancos e cobrando uma nova proposição.
No documento enviado no sábado, a representação dos bancários "reafirma que a proposta para atender às necessidades dos trabalhadores precisa contemplar aumento real de salário, melhoria da PLR, valorização dos pisos salariais, uma política de preservação dos empregos e mais contratações, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, combate às metas abusivas e ao assédio moral, auxílio-educação e plano de previdência complementar para todos".
Nesta segunda-feira, a entidade patronal enviou resposta à Contraf-CUT, manifestando a intenção de marcar "data, hora e local, para que as representações de bancos e bancários trabalhem no sentido de firmar novo instrumento normativo que regule as relações de trabalho neste importante setor da economia brasileira".
"É importante que os banqueiros manifestem a disposição de negociar, mas essa intenção precisa se traduzir em atitudes concretas. Além disso, negociar não é apenas sentar à mesa e dizer 'não' para todas as reivindicações. É preciso disposição de avançar e construir uma Convenção Coletiva que garanta melhores salários e condições de trabalho para a categoria", afirma Carlos Cordeiro.
"No entanto, temos que lembrar que até hoje nenhuma conquista dos trabalhadores veio sem luta e mobilização e isso não será diferente agora. É fundamental que continuemos nas ruas, fortalecendo a nossa greve nacional para arrancar uma proposta que atenda às expectativas da categoria", sustenta.

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